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VAMOS RESPEITAR O TEMPO DE NOSSOS FILHOS?

04 junho 2013

Estamos vivendo em uma sociedade na qual somos cobrados freqüentemente por atingirmos metas e objetivos. Cobramos também das pessoas que nos cercam essa conduta de superação em busca de melhor qualidade. Queremos morar bem, queremos ter um excelente relacionamento afetivo, queremos alcançar o melhor nível dentro da empresa que trabalhamos, queremos criar filhos perfeitos, assertivos em tudo para um futuro melhor! Isso é a qualidade que buscamos? Isso é realmente um futuro melhor?
Ao nosso redor percebemos que tudo vem acontecendo precocemente. Quando nosso filho nasce, queremos logo que ele comece a falar e a andar, quando ele fala, desejamos que fale perfeitamente e que todos entendam. Logo em seguida queremos que ele corra, brinque e seja muito tranqüilo socialmente e quando isso não acontece nos cobramos e nos culpamos. Um pouco mais tarde, quando ele começa a descobrir as letras, as cobranças com a leitura e a escrita parecem ser vitais para que ele seja aceito por todos. E ainda pior existem pais que vivem em função da comparação: o filho do vizinho tem a mesma idade e já sabe ler e escrever plenamente. E nesse momento surgem as cobranças, os pais cobram a criança de 5 anos, cobram a escola, se cobram…..Será que isso é tão importante mesmo?

A primeira infância acontece dos 0 aos 7 anos. Nesse período a criança passa a conhecer tudo o que a cerca e a formar sua personalidade. Ela aprende a falar inicialmente para suprir suas necessidades, depois para se comunicar. Ela passa pelo mundo do faz de contas para depois descobrir a realidade. Tudo cercado de muita brincadeira e aprendizado. A criança precisa trocar experiências com crianças. Precisa explorar ambientes, objetos, situações concretas, tudo tem que ser tocado, sentido, cheirado e vivido para ser aprendido e assimilado. A criança precisa correr, escalar, pular, gritar, cantar, sorrir, dormir e se alimentar. Essa bagagem, que para muitos pais tem a conotação de ser descartável, é a mais importante.
Porque ler, escrever e ser gente grande… Vai durar muito mais que 7 anos.
Por esse motivo, precisamos ter calma. Precisamos deixar as crianças vivenciarem essa experiência. Temos o costume de chamar uma criança de 4 anos  de “ mocinha ou mocinho” só porque deixou a mamadeira. Temos o costume de falar: Você já é um mocinho, não pode fazer isso para uma criança de 6 anos. E quando nossos filhos têm 12 anos, comentamos: Você ainda é uma criança para tal atitude.  Pense nisso.
Pais, permitam que seus filhos vivenciem a primeira infância de forma saudável, plena de oportunidades de conhecimento e que depois de prontos emocionalmente, intelectualmente, fisicamente e socialmente  partam para  a  próxima fase.
Preservem dentro do contexto infantil a possibilidade de ser criança o maior tempo possível. Deixem para que eles sejam “mocinhos” na adolescência e que sejam “ jovens” na puberdade e   adultos com seriedade e maturidade . Cada fase no momento certo.
Débora Corigliano é mãe de dois filhos, psicopedagoga  e colaboradora em várias publicações direcionadas aos professores e aos pais. Participa freqüentemente de programas de TV e rádio abordando temas sobre educação de filhos. Em suas palestras em escolas e empresas, foca a convivência familiar de forma harmoniosa e feliz, dentro de limites e parâmetros da relação saudável entre pais e filhos. Autora do livro “ Orientando pais, educando filhos”